Temos uma sociedade nominal e majoritariamente cristã no Brasil, sendo ainda em sua maioria católica, com um crescimento do número de evangélicos a cada ano. No entanto, vivemos em uma sociedade pós-cristã, como afirmou Francis Schaeffer, que não mais reconhece os valores do cristianismo como algo positivo e tenta destruir tudo que faça referência aos princípios judaico-cristãos que moldaram nossa sociedade.
Uma grande questão nos dias atuais é sobre haver ou não perseguição ao cristianismo no Brasil. Para responder ao impasse, primeiramente, é preciso reconhecer que há tentativa de restringir o que pode ser dito ou não através da criminalização do discurso religioso, que também orienta a prática religiosa. Exemplos como o do Pastor Jorge Linhares, investigado pelo Ministério Público por afirmar que homem é homem e mulher é mulher, deixam claro o aumento da tentativa de controle.
Com isso, querem nos dizer que não podemos falar sobre aborto a partir de nossa fé e que somos obrigados a aceitar comportamentos contrários à natureza da criação de nosso Deus. Tentam institucionalizar sua crença secular e pós-moderna, obrigando-nos através de leis ou decisões judiciais a fazer algo contrário ao que acreditamos, como no caso de um casal do interior de São Paulo que, por razões religiosas, recusou-se a produzir convites de casamento para duplas do mesmo sexo. O casal recebeu ameaças em seu perfil no Instagram e sofreu boicote financeiro por uma simples recusa.
É preciso compreender que não há liberdade religiosa em uma sociedade autoritária, seja ela secular (comunista ou globalista) - como a Coreia do Norte, que lidera há anos a lista mundial de perseguição ao Cristianismo - ou de um autoritarismo religioso como a maioria dos países islâmicos.
Em nosso país, vemos uma tendência de uma religião secular se impor através do Estado. Os avanços do judiciário contra a liberdade de expressão em nosso país são diretamente prejudiciais aos cristãos. Um Estado não pode decidir sobre tudo e não podemos vê-lo como Senhor de todas as coisas. Ele tem seu papel e deve restringir-se a ele. Quando ele sai disso, pode, de forma autoritária e impositiva, quebrar a liberdade religiosa, a liberdade de reunião, a liberdade de culto, a liberdade de consciência e a liberdade de expressão. A religião não pode ser limitada à vida privada.
Outro ponto é que não somos uma nação laicista, como alguns querem argumentar, mas sim um país laico, onde o Estado reconhece a importância da igreja mantendo-se fora dos assuntos da igreja. A igreja, através de sua influência na sociedade de forma indireta, como qualquer outra religião, pode exercer sua influência, se os direitos naturais dos homens forem respeitados.
Por fim, podemos concluir que no Brasil, apesar de ser um país laico e não enfrentar situações extremas de matanças como no Oriente Médio, percebemos que já há predominância de ações que afetam a liberdade de exercício da fé cristã. Isso ocorre não apenas com ofensas verbais e escárnio de símbolos, mas com uma demonização da prática cristã (como na tentativa de redefinir o que é o casamento, por exemplo), caracterizando sim uma perseguição que deve servir de alerta sobre seu avanço. Já há pastores presos no Brasil e já há multas e processos contra igrejas por todo o território.
É hora de despertar e enxergar que há um conflito que vai muito além da política e da cultura. Há uma guerra espiritual cujo as armas para seu combate são espirituais, acompanhadas de uma mentalidade cristã blindada pelas escrituras. Sigamos avante!
Excelente conteúdo!
Que a cosmovisão bíblica possa, novamente, torna-se patente aos olhos dos que servem a Deus.