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  • Foto do escritorJair Ferreira

Doutrinação: uma análise com relatos de cristãos resistentes à militância nas escolas



Existe um perigo ignorado nas escolas brasileiras de nosso tempo, conhecido popularmente como Doutrinação. Como bem disse Olavo de Carvalho: “um público que está contaminado de doutrinação marxista até a medula não tem, por isso mesmo, a menor ideia de que está sendo doutrinado. A primeira etapa da doutrinação é puramente cultural, difusa, e não visa a incutir no sujeito a menor convicção política explícita, mas apenas a moldar sua cosmovisão segundo as linhas básicas da filosofia marxista, sem este nome, naturalmente, e apresentada como se fosse ‘o’ conhecimento em geral”.


Se você é um adolescente cristão ou tem uma referência moral judaico-cristão em sua família, vai ter que enfrentar e ouvir muitas narrativas que reinterpretam tudo que aconteceu na história e o que acontece na sociedade em que vivemos. Professores que fazem das aulas não uma exposição de conhecimentos e opiniões, mas diversas imposições de um único pensamento que é majoritariamente anticristão, atacando instituições como a família natural (homem, mulher e sua prole), casamento e igreja. Duramente criticados e ridicularizados, os temas como aborto, liberação de drogas e transição de gênero para menores de idade são abordados ideologicamente. Antes, o que se observava apenas em faculdades, agora, através das políticas públicas, está quase chegando às crianças com faixa etária de ensino infantil.


Esses assuntos são defendidos ao máximo por professores e alunos com a maior naturalidade e quem ousa se manifestar contra é ridicularizado, marcado por vários estigmas para ser intimidado pela pressão da autoridade na sala de aula (professor) e pelo ódio da maioria dos alunos - mesmo que não saibam o que estão fazendo. Opiniões diferentes não são toleradas. Muitos pais estão pensando que seus filhos aprenderão para ser “alguém na vida”, não se preocupando em acompanhar o que seus filhos estão aprendendo (ou desaprendendo) na sala de aula. Talvez só percebam quando notarem atitudes completamente diferentes por parte deles em relação à fé e aos padrões familiares, ficando contra tudo que lhes fora ensinado como moralmente certo.


Falta a eles consciência de que a escola não é mais uma instituição amiga da família e sim um meio que o Estado tem para propagar suas ideias, seus conceitos e suas “verdades” a fim de controlarem suas mentes e vidas. Os pais muitas vezes não têm noção de quanto seus filhos são estimulados à imoralidade sexual, a romper com valores tradicionais, a considerá-los retrógrados, deixando de crer na visão cristã de criação dos céus e da terra. Logo, a existência de um Deus como uma Verdade é desprezada, esquecida e substituída, sem muitas referências na sala de aula.


Prova do que se é dito aqui são os relatos que se podem ouvir dos próprios alunos. Com a identificação preservada, destacamos aqui depoimentos de adolescentes que entraram nas escolas de tempo integral no Ceará - escolas essas em que a pressão ideológica é mais forte por conta do extenso período de tempo que ficam lá dentro:

Atualmente com 17 anos, Pedro relata:


Não é algo fácil, pois é necessário estudar mais para determinados assuntos. O embate vai ocorrer com o passar do tempo e, no meu caso, foi algo gradativo. No 1° ano do Ensino Médio, a professora de História era apenas uma professora licenciada para dar aula da matéria. Já no 2° ano, era uma professora com mestrado e no 3° uma doutora em História. Com isso, meu desenvolvimento argumentativo, oratório e conhecimento dos diferentes assuntos foi forçado a aumentar. Esse crescimento veio de acordo com a demanda, por exemplo, quando pensei em entrar em uma EEEP (Escola Estadual de Educação Profissional), fui atrás de saber como era e, a partir daí, comecei a estudar um pouco sobre alguns movimentos como o feminismo, LGBT, comunismo, socialismo, mas era só o básico. Lembro-me como se fosse hoje: eu estava para começar o 1° ano em 2021 e, dois dias antes de começar o ano letivo, a professora de espanhol. que era também a responsável pela minha turma, estava dando alguns avisos no grupo da sala. Em todos os avisos ela começava com um: "Bom dia meninxs". Depois da terceira vez, eu fiz a uma simples afirmação: "Boa tarde a todos! Nesse grupo só existem meninos e meninas, e não meninxs". Após o envio, todos os colegas enviaram mensagens tais como: "Pra quê isso?", "Desnecessário!", "Era só uma forma carinhosa de nos tratar", e o pior ainda estava por vir. Chegando na segunda-feira, primeiro dia de aula, antes de começar a aula, na frente de toda a sala, a professora diz que eu a desrespeitei e que não era para isso voltar a se repetir.

Chegou ainda a relatar sobre um debate, marcado pela professora, no qual teve a coragem de se posicionar contra a defesa do tema. Por causa disso, uma segunda proposta do debate foi cancelada. Ele conta:


Outro episódio foi quando a professora de geografia marcou um dia para debater [sobre] a legalização das drogas. Passei a semana toda estudando para ser contra a legalização. No dia, ficou praticamente quase toda a sala junto com a professora contra mim e dois colegas. Durante o debate, mostrei dados científicos, acontecimentos empíricos e, no final, a docente, triste, aponta pra mim e dispara: “infelizmente, tenho que admitir que eles trouxeram mais argumentos.” E a aula acabou. Algumas semanas depois, a mesma professora queria fazer outra aula de debate. Dessa vez, o assunto seria a legalização do aborto. Ela passou por todos do 2° ano com essa proposta. Porém, tendo chegado o dia de ser feito na minha sala, ela olhou para mim e disse: “Não, não vou fazer aqui nessa sala, porque eu sei quem tem aqui.” Sinceramente, não sei o que levou ela voltar atrás. Penso que, assim como foi com o debate sobre drogas, eu estudaria e conseguiria provar o porque não é bom legalizar o aborto.

Percebe-se uma hostilidade por parte daqueles, principalmente da professora, que não concordam com opiniões como a de Pedro. Ele ainda continua, dizendo:


O episódio mais recente foi esse ano, quando a professora de português tirou uma aula para debate sobre um tema sugerido por um colega: “Crianças trans existem?”. Eu comecei a falar que, segundo a Bíblia, não existia. Em seguida, falei sobre a história dos gêmeos Bruce e Brian do começo ao fim, finalizando assim a minha participação. Olhando para mim, a docente disse que não gostou do que eu falei e começou a defender os homossexuais.

Com os relatos de Pedro, um jovem cristão, que ousou se posicionar contra os ideais esquerdistas, fica claro o que foi supramencionado: a doutrinação. A escola que, por vezes, ainda prevalece no imaginário popular como aquela que educa o indivíduo às boas práticas, cai por terra, uma vez que professores, como os de Pedro, buscam debater temas como legalização do aborto e da maconha para uma sala cheia de jovens, que, ainda que tentassem se defender, defender seus valores, talvez não conseguiriam, pela hostilidade ou pseudoargumentos de seus professores.


O próximo relato é de Filho, hoje com 21 anos, mas que na época da escola tinha 15 anos. O jovem conta a sua primeira vez defendendo seus valores em sala:


Lembro-me da primeira vez em que me posicionei. Eu sabia o tema que iria ser abordado, que era sobre aborto. Tentei fugir, mas minha consciência diante de Deus não permitiu. Então, busquei me preparar. Eu, um adolescente de 15 anos na época, falei todo me tremendo. Porém, falei contra os argumentos da minha professora de biologia, ela ao final me parabenizou, pois não tinha visto outros jovens defenderem com convicção e de forma a mostrar conhecimento sobre o assunto. Daquele dia em diante, entendi que Deus estaria comigo, mesmo que a maioria estivesse contra. Outros debates aconteceram sobre outros temas, mas graças a Deus eu sobrevivi e pude fazer a diferença. O mais marcante foi quando fizeram uma banca de 5 pessoas para falar de orientação sexual. Sentado no fundo da sala, fiz vários questionamentos e mostrei inúmeros relatos de pessoas que fizeram transição de gênero e que se suicidaram depois. Então, uma colega que era mulher (XX), mas queria ser homem, começou a chorar. O professor de Sociologia começou a falar contra minhas falas de modo alterado ao ponto de pegar o tempo de aula de outro professor. Depois disso, experimentei ainda mais rejeição por parte de minha sala.

Lamentando, o jovem continua:


Presenciei muitos de meus amigos, que comigo cresceram na igreja, serem engolidos por essa pressão que uma maioria em determinado ambiente quer impor. Hoje, grande parte deles segue afastado de Deus. Poucos conseguiram se livrar daquelas repetidas falas que moldaram seus modos de ver o mundo, distorcendo a verdade de Cristo.

O terceiro relato é de um jovem universitário, chamado Lucas, hoje com 20 anos, mas que entrou no Ensino Médio, também uma EEEP, com 14 anos. Conta que na época da escola sua mente foi subvertida, a ponto de, quase sem perceber, negar os princípios da fé bíblica. Depois relata sobre como tem sido estar na faculdade, na Universidade Federal do Ceará:


Na época da escola, quando entrei, não sabia de nada sobre esquerda, direita, política, esse tipo de coisa. Só sabia que meus pais me diziam que eu tinha que estudar “pra ser gente”. À medida que o tempo foi passando, meus professores foram nos dizendo sobre determinadas pautas. Mas lembro com muita clareza da minha professora de Sociologia, que “entupiu” nossas mentes com o marxismo. Eu era marxista e nem sabia. Ela era ferrenha dentro de sala. Sempre deixava momentos para tirarmos nossas dúvidas e discordar dela. O problema é que, quando alguém ousava discordar - na época nunca era eu -, ela sempre dizia “isso é o sistema na sua cabeça”, invalidando todo argumento, dizendo que era o sistema. Ela promovia alguns eventos na escola. Numa dessas eventos, que era chamado de Bora Conversar, uma aluna discordou de algo da palestrante, que era uma feminista. Eu lembro que todos nós, inclusive eu, ficamos contra ela, e ela saiu como uma ridícula. Eu me sentia super “sabidão”, por questionar o sistema, e entender que o sistema era “opressor”. Não lembro de ninguém se posicionando contra aquelas ideias loucas. Mas lembro que uma vez eu me fiz uma pergunta: “Por que essa professora odeia tanto esses tais conservadores, e por que ela tenta nos convencer tanto que eles estão errados? Se ela diz que eles modificaram a história, e contam só um lado dela, quem garante que ela não está fazendo o mesmo com a gente, manipulando todos nós?” Depois desse pequeno momento de sensatez, nunca mais houve na minha mente perguntas como essas, somente depois que me desprendi do esquerdismo. Não era só ela que nos doutrinava, mas ela foi a que mais impactou (negativamente) minha vida. Ela que conseguiu me fazer pró-feminismo, me tornar marxista e outras coisas mais.

Lucas ainda chega a dizer que, mesmo que não fosse próximo do seu pastor, o via como alguém que estava manipulando todos os fiéis:


Certa vez eu fui à capela, e, olhando o pastor, percebi algo que nunca tinha reparado, até porque eu cresci na igreja. Vendo aquele pastor pregar, enquanto ministrava a palavra, o via manipulando todo mundo. Eu entendia que ele manipulava, como se quisesse fazer todos cativos dele. Só depois de um tempo percebi que isso foi o resultado de uma mente inspirada pelo marxismo, que chegou a mim com um esforço contínuo da minha professora de Sociologia.

O jovem conta que, depois de uma experiência com Deus, mudou sua mente, e buscou tanto o batismo nas águas, como uma forma de romper com o passado, quanto “resetar” sua mente novamente, agora à normalidade. Assim, decidiu se batizar, e estar mais atento à doutrina defendida pelas Escrituras. Ele diz:


Depois disso, após já ter saído do Ensino Médio, tive uma experiência com Deus. Eu sabia que aquela rebeldia toda adquirida no Ensino Médio na forma de ideias era totalmente errado, mas, tanto endurecido eu tava, que não queria admitir. Deus, então, falou comigo; não foi um irmão ou meu pastor, mas Deus, que pôs diante de mim dois caminhos: o primeiro eu seria alegre em Sua presença, fazendo Sua vontade, mas pra isso eu teria que deixar tudo aquilo. E a segunda opção, que era continuar na minha rebeldia, mas não teria Sua presença mais. No momento eu pensei, mas escolhi o óbvio: Sua presença. Depois disso, busquei pelo batismo nas águas, pois eu queria deixar claro para todos, ainda que eles não soubessem minha situação, que eu não era mais aquele Lucas. Estava rompendo totalmente com todo aquele esquerdismo abominável. Comecei a estar mais presente nos cultos de doutrina e foi aí que comecei a ter noção do que estava acontecendo: nada era por acaso, toda essa doutrinação foi planejada; havia uma guerra política sendo travada e eu tinha sido “pego” pelos esquerdistas. Meus irmãos e, principalmente, meu pastor me mostraram o real caminho. Hoje, me posiciono a favor do correto dentro de sala na faculdade, deixando claro meus ideais.

Sobre a faculdade, comenta:


É bem difícil, pois me veio muitas dúvidas, e até hoje vêem. Já me posicionei contra muitas ideias subversivas, às vezes sem sabedoria, mas muitas das vezes Jesus me deu graça e sabedoria para isso, além de eu ter buscado informação de verdade. Houve muita hostilidade, e oposição, como até hoje há. Onde eu estou a hostilidade é mais por parte dos alunos do que dos professores. Os alunos sempre são mais hostis.

Diante desses relatos de jovens que felizmente tiveram um final feliz ao passarem por enfrentamento da religião predominante desse século, que é a religião do anticristo (secular), fazemos um apelo a você pai, a você jovem cristão: não acreditem que a Escola, Mídias e a Sociedade que vocês vivem não está sob influência de uma guerra que não é contra carne nem sangue. Não queremos apenas estimular você ao combate, mas também à compaixão por aqueles que estão cegos e que não tiveram suas vidas expostas à Verdade de Cristo. Falem, preguem e argumentem, mas façam isso com amor e oração. Creiam que Deus transforma vidas, mentes e corações, ontem e hoje, amém!


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